No dia 9 deste mês, numa terça-feira, foi lançado um vestibular específico na Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) para o público “transgênero e “intersexual”. A instituição federal fornecerá 120 vagas nos 15 cursos presenciais existentes nos três campos da Unilab, onde dois se encontram no Ceará e um na Bahia.
Essa iniciativa, responsável por criar um tipo de “cota” para as pessoas LGBT, se dá pelo argumento que, possivelmente, foi estimulado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de igualar a homofobia e a transfobia ao racismo. As inscrições para o vestibular iniciam no dia 15 de julho e encerram no dia 24 do mesmo mês.
A Unilab, no edital, enfatizou que “poderão concorrer às vagas ofertadas neste edital estudantes transexuais, travestis, pessoas não-binárias e intersexuais oriundos de qualquer percurso escolar, e que tenham concluído o ensino médio”.
Será dado acesso a cursos, na prova que será feita no dia 21 de agosto, já no mês de setembro de 2019, havendo a chance de cursar qualquer um dos cursos que foram disponibilizados pela instituição. Luma Nogueira, orientador da faculdade, disse que não é questão de cotas, mas de um “edital temático”.
“Escutamos falar em cotas raciais, indígenas e para a população LGBT, mas não se trata de cotas. No nosso caso, é um edital temático. Já tínhamos a prática de fazer esse tipo de edital com quilombolas e indígenas e, devido à minha presença na Unilab como a primeira doutora professora travesti do país, me senti na obrigação de fazer um trabalho que incluísse essa população que é historicamente discriminada. Então passei a dialogar internamente para que pudéssemos ter o mesmo tipo de edital para transgêneros e intersexuais. É algo inédito”, afirmou Luma.
No início do ano a Universidade Federal da Bahia (UFBA) anunciou um edital para minorias onde as pessoas pertencentes ao grupo LGBT disputava junto com os índios, quilombolas e refugiados, e não num processo específico. Nesta questão a comunidade LGBT será o beneficiado direto pelas vagas.
Dentre os cursos disponíveis há: Administração, Agronomia, Ciências Sociais, Relações Internacionais, Enfermagem e Matemática. Embora tenha sido sofrido resistência interna, a professora disse que obteve conquista nas vagas para o edital e o vestibular, finalmente, será posto em prática.