Aprovação de Lula atinge menor índice histórico em meio a crise econômica e polêmicas
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A avaliação positiva do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu para 24%, o pior índice de seus mandatos, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14). A reprovação subiu para 41%, marcando um período de desgaste atribuído à alta nos preços de alimentos e à crise regulatória do Pix. Os dados refletem o cenário mais crítico desde o início do terceiro mandato do petista.
Queda histórica na aprovação
A pesquisa, realizada em 113 cidades com 2.007 eleitores, apontou que a aprovação ao governo Lula despencou 11 pontos percentuais em dois meses, saindo de 35% em dezembro de 2024 para 24% em fevereiro de 2025. A reprovação, por sua vez, saltou de 34% para 41%, consolidando o pior desempenho do petista desde seu primeiro mandato. Analistas destacam que o índice é comparável ao de Fernando Henrique Cardoso em 2000, mas ainda acima dos patamares de Sarney e Temer.
Crise do Pix e inflação pressionam
Dois fatores centrais explicam a queda: a polêmica sobre a fiscalização de transações via Pix pela Receita Federal e o aumento de 18% nos preços de alimentos básicos, como arroz e feijão, em 2024. A medida tributária, vista como contraditória à promessa de simplificação fiscal, gerou mal-estar até entre aliados. “A comunicação desastrosa amplificou a crise”, comentou um economista ouvido pelo G1, sob anonimato.
Desgaste entre a base eleitoral
O recuo foi mais acentuado entre eleitores de baixa renda, tradicional base do PT: nesse grupo, a aprovação caiu 15 pontos. Mesmo no Nordeste, região com maior apoio a Lula, o índice positivo diminuiu 9%. Para cientistas políticos, a insatisfação reflete frustração com a lentidão na retomada de programas sociais e a percepção de que medidas econômicas beneficiam classes mais altas.
Comparativo com governos anteriores
Apesar do tombo, a reprovação de Lula (41%) ainda está abaixo do recorde de Jair Bolsonaro, que chegou a 53% em 2021. Já Michel Temer registrou 71% de desaprovação em 2017, e Dilma Rousseff, 69% antes do impeachment. Especialistas ressaltam, porém, que o atual governo enfrenta desafios inéditos, como a pressão por reformas estruturais em um Congresso fragmentado.
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