Áudio vazado revela pressões e ameaças que levaram pastora a deixar Igreja Bola de Neve

A pastora Denise Seixas renunciou à presidência da Igreja Bola de Neve após sofrer pressões e ameaças, conforme revelado em um áudio de 32 minutos divulgado nesta quarta-feira (13) pelo site Fuxico Gospel. Na gravação, ela confirma ter assinado um contrato de confidencialidade que a impede de detalhar aspectos financeiros e administrativos da instituição. O caso reacende debates sobre transparência em organizações religiosas.

Detalhes da conversa vazada

No diálogo com Márcio Bieda, Denise Seixas admite que a decisão de deixar o cargo foi motivada por “situações de pressão” não especificadas. A líder religiosa evitou citar nomes ou detalhes sobre as ameaças, mas reforçou que o ambiente tornou sua permanência “insustentável”. A gravação circulou internamente antes de ser publicada pelo portal gospel.

Silêncio imposto por contrato

A ex-presidente revelou que firmou um acordo legal que restringe comentários sobre operações financeiras e gestão da denominação. “Assinei sob condições que me obrigam a manter sigilo”, afirmou, sem revelar prazos ou multas previstas. O documento, comum em casos de saída de líderes, é criticado por especialistas em direito religioso por limitar prestações de contas públicas.

Perfil do veículo que divulgou o áudio

O Fuxico Gospel, responsável pela publicação, tem histórico de reportagens sobre escândalos e fraudes no meio evangélico. Em 2019, expôs um esquema de estelionato usando o nome da cantora Eyshila Santos. Apesar disso, o site já foi acusado de sensacionalismo, como na cobertura de supostas “profecias” sobre a morte de Eduardo Campos em 2014, posteriormente desmentidas.

Transparência em debate

O caso ocorre meses após pesquisa Datafolha (julho/2024) apontar que 58% dos evangélicos em São Paulo rejeitam interferência clerical em política. Para observadores, o silêncio de Denise reforça a necessidade de maior regulamentação sobre contratos em instituições religiosas. A Igreja Bola de Neve não se pronunciou sobre o vazamento até o fechamento desta reportagem.