Vazamento de vídeo coloca pastor de Palmas no centro de investigação por “cura gay”

Imagens inéditas provocam polêmica e denúncia ao Ministério Público.

Pastor diz que menor vai casar com homem e ter filhos. • Reprodução/Redes sociais
Pastor diz que menor vai casar com homem e ter filhos. • Reprodução/Redes sociais

Um culto realizado na Igreja Evangélica Catedral da Família, em Palmas (TO), virou caso de polícia após a divulgação de um vídeo polêmico nas redes sociais. Nas imagens, o pastor Luiz de Jesus aparece fazendo uma oração por uma adolescente de 13 anos, usando termos que foram interpretados como tentativa de “cura gay”.

O contexto do caso e as reações iniciais

“Foi um choque ver aquelas imagens circulando. Nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer na nossa cidade”, conta Maria Silva, moradora de Palmas que acompanhou a repercussão do caso.

Durante a oração, o religioso teria dito: “Jesus gritou na minha alma: você vai casar com um homem, vai ter filhos. A partir de hoje vai se vestir como mulher, porque Jesus está expulsando o demônio de dentro de você agora”.

Denúncia no Ministério Público e acusações do Coletivo SOMOS

A polêmica ganhou proporções nacionais e chegou ao Ministério Público do Tocantins (MPTO). O órgão recebeu uma denúncia do Coletivo SOMOS, que acusa o pastor de violar direitos fundamentais e praticar “cura gay” – prática considerada antiética e sem respaldo científico.

“Estamos acompanhando o caso de perto. É inadmissível que em pleno 2024 ainda vejamos situações como essa”, afirma João Oliveira, membro do Coletivo SOMOS.

A versão do pastor e da família da adolescente

Procurado pela reportagem, o pastor Luiz de Jesus negou as acusações. “Tudo não passa de um mal-entendido. Ele alega que a oração era para tratar insônias e pesadelos da adolescente, não sua sexualidade.

Pastor diz que menor vai casar com homem e ter filhos. • Reprodução/Redes sociais
Chorando, menor diz ao padre "eu sou mulher". • Reprodução/Redes sociais
Os pais da adolescente, que estavam presentes no culto, relataram que estavam em "processo de aceitação." • Reprodução/Redes sociais

O pai da menina também se manifestou, defendendo o pastor. “Minha filha estava com problemas para dormir há meses. Fomos à igreja buscar ajuda espiritual, nada mais que isso”, disse.

Divisão de opiniões e debate em Palmas

O caso divide opiniões na cidade. “Temos que respeitar a liberdade religiosa, mas também os direitos das minorias. É um assunto delicado”, pondera Ana Rodrigues, professora de direito.

Enquanto a investigação do MPTO segue em andamento, o debate sobre os limites entre liberdade religiosa e direitos LGBTQIA+ ganha as ruas de Palmas. A reportagem tentou contato com a Igreja Evangélica Catedral da Família, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

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