Divisão na Assembleia de Deus do SETA expõe rivalidades e conflitos de poder

presidente da convenção do ministério CIADSETA MT-PA, empurrou o Pastor Valdemir, do campo localizado em Sapucaia-PA – Foto/Reprodução

Um culto na igreja Assembleia de Deus do SETA, em Sapucaia, no Pará, virou palco de confusão no último sábado. O que deveria ser uma reunião para decidir a filiação da igreja local acabou em empurrões e gritos entre lideranças.

Conflito entre lideranças religiosas

Testemunhas relatam que o pastor Possidônio Martins Reis, presidente da Convenção Interestadual das Assembleias de Deus do SETA (CIADSETA-PA/MT), chegou de surpresa com um grupo de cerca de 15 pessoas. A tensão escalou rapidamente.

Foi um choque. Nunca imaginei ver uma cena dessas dentro da igreja”, conta Maria, membro há 20 anos, que preferiu não se identificar. “O pastor Possidônio tomou o microfone à força do pastor Valdemir e deu um empurrão nele. Foi constrangedor.

Disputa pelo controle da igreja

O pastor Valdemir Oliveira, que conduzia a assembleia, confirmou o ocorrido. “Eles vieram sem ser convidados, para nos intimidar”, afirmou. Segundo ele, a intenção era empossar outro líder na igreja local.

O estopim da confusão parece ser a criação recente de uma nova convenção na região, a CONFRADESPA. Lideranças locais queriam votar a adesão a esta nova entidade, o que desagradou a cúpula da CIADSETA.

Aprovação da filiação à nova convenção

Apesar do tumulto, a assembleia continuou e aprovou por unanimidade a filiação à CONFRADESPA. “Hoje estamos mais tranquilos, a turbulência passou”, disse o pastor Valdemir no dia seguinte.

Críticas à liderança da CIADSETA

O caso expõe rachaduras na estrutura da Assembleia de Deus na região. A CIADSETA, presidida por Possidônio desde 2003, vem perdendo igrejas para a nova convenção. Críticos apontam que a família Martins Reis tenta se perpetuar no poder.

Procurada, a CIADSETA não se pronunciou sobre o incidente até o fechamento desta reportagem.O caso levanta questões sobre os limites entre política denominacional e espiritualidade.

“A gente vem pra igreja buscar paz, não confusão”, desabafa seu José, frequentador há 30 anos. “Espero que os líderes se entendam logo pelo bem da obra.”