O crescimento expressivo das igrejas evangélicas no Brasil, marcado por um aumento de 61,5% no número de fiéis de 2000 a 2010, trouxe consigo uma série de desafios para a manutenção do engajamento e da fé cristã entre os novos adeptos. Este fenômeno, impulsionado principalmente pelas igrejas pentecostais e neopentecostais, resultou na triplicação do total de templos evangélicos, alcançando a marca de 62,8 mil. A Assembleia de Deus, por exemplo, inaugurou mais de 9 mil igrejas nesse período, evidenciando a expansão significativa dessa denominação.
No entanto, um líder evangélico, que optou por não se identificar, expressa preocupação com o afastamento espiritual de muitos fiéis. Ele aponta para a necessidade de um avivamento genuíno, criticando o ensino religioso atual por ser “fraco e pobre”, com foco excessivo na prosperidade individual em detrimento de valores cristãos fundamentais, como o amor ao próximo. Essa abordagem, segundo ele, promove um evangelho centrado no indivíduo, negligenciando o ensinamento de entrega e sacrifício exemplificado por Jesus Cristo.
Além disso, o pastor destaca o desafio de manter a ortodoxia e uma ética cristã em uma sociedade cada vez mais secularizada e relativista. Ele enfatiza a importância de um despertar espiritual entre os cristãos, citando a necessidade de amadurecimento individual, inconformismo com certas situações, e a mobilização em torno de um ideal comum.
Especialistas avaliam que, com os evangélicos representando atualmente 31% da população brasileira, os desafios mencionados pelo pastor tendem a se intensificar. Assim, cabe às lideranças religiosas navegar esse momento de expansão, sem perder de vista os valores centrais da fé cristã, para assegurar que o crescimento numérico seja acompanhado de um desenvolvimento espiritual profundo e significativo entre os fiéis.