Nas eleições de 2020, o registro de candidatos que utilizam a designação de pastores no nome que aparecerá nas urnas, aumentou em 34% , incluindo siglas e abreviações.
São 4.915 inscrições que fazem referência exclusivamente ao cristianismo evangélico, quase metade das 11.059 candidaturas explicitamente ligadas à religião.
Já no âmbito municipal de 2020, os candidatos evangélicos o valor chega a 26% a mais , em comparação a 2016, que somavam 8.783.
Um levantamento realizado pelo Exame, segundo dados do TSE, foi feito considerando o nome de urna e a ocupação principal dos candidatos. O aumento é acima do esperado, já que entre uma eleição e outra o número de candidaturas evoluiu 10%, batendo recorde.
O aumento de candidatos evangélicos vai em linha com o crescimento dessa frente religiosa na população do Brasil. Segundo o último censo do IBGE, de 2010, cerca de 22% dos brasileiros são evangélicos, ou mais de 44 milhões de pessoas.
Os evangélicos no Brasil, em breve, devem ultrapassar os católicos em número já na próxima década, segundo os estudos do demógrafo José Eustáquio Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE. O número de evangélicos cresce a cada ano.
Pastores presentes
Líderes religiosos e ativos em suas comunidades, conseguem ter um contato amplo com uma parcela da população na igreja.
Para o antropólogo Aramis Silva, esse é um ponto forte dos pastores como candidatos diante de parte dos eleitores.
“Antes de gerar votos, audiências produzem o capital essencial do mundo em redes: visibilidade. Ou seja, o que precisamos compreender é que os políticos evangélicos escancaram a lógica da representação contemporânea”, diz Silva, que é pesquisador do Grupo de Estudo sobre Religião e Esfera Pública vinculado ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
“Esses agentes, muitas vezes mal compreendidos como simples reacionários, precisam ser encarados como jogadores de peso na disputa por um novo Brasil”.
Para além do crescimento dos protestantes em número de fiéis no Brasil, os políticos evangélicos se mostram mais presentes na política institucional do que seus análogos de outras religiões também por uma questão organizacional das igrejas.
***EXAME