Com apoio da Polícia Civil e do Ministério Público do Distrito do DF, uma operação, nesta segunda-feira (24/8), cumpre nove mandados de prisão e outros de busca e apreensão contra denunciados pela morte do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada federal Flordelis (PSD-RJ). Segundo as investigações, a parlamentar é a mentora do crime.
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o motivo do crime “seria o fato de a vítima manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da numerosa família”. O casal tinha 55 filhos, sendo apenas 4 biológicos.
Flordelis é acusada de arquitetar o homicídio, reunir e convencer todos os envolvidos a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio. Ainda segundo a denúncia, a deputada também financiou a compra da arma e avisou da chegada de Anderson em casa no dia do crime.
A cantora não é alvo de mandado de prisão por deter imunidade parlamentar, por estar em exercício de mandato. Nestes casos, a Constituição veda a prisão cautelar que não seja a prisão em flagrante delito. O MP pediu à Justiça o afastamento do cargo público, entre outras medidas cautelares como o comparecimento mensal de Flordelis ao juízo.
Os mandados de busca e apreensão são cumpridos em endereços ligados aos réus em Niterói (RJ), São Gonçalo (SP), Rio de Janeiro e Brasília. As ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo da 3ª Vara Criminal de Niterói.
São alvos dos mandados de prisão preventiva Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco da Silva, Flávio dos Santos Rodrigues, Adriano dos Santos Rodrigues, Andrea Santos Maia e Marcos Siqueira Costa. Seis deles são filhos e uma neta da deputada.
Em Brasília, foram cumpridos mandados de busca e apreensão no apartamento funcional da deputada e houve prisão da filha Rayane dos Santos Oliveira.
Segundo o MP, as “ações dos demais denunciados são descritas em diferentes etapas como no planejamento, incentivo e convencimento para a execução do crime, assim como em tentativas de homicídio anteriores ao fato consumado, pela administração de veneno na comida e bebida da vítima, ao menos seis vezes, sem sucesso, segundo apontaram as investigações.”