Papa Francisco aprova modificações no texto da oração do Pai Nosso na Bíblia sagrada
Segundo ele, a antiga versão não combinaria com a identidade de Deus.
Papa Francisco quer mudar a bíblia
O Papa Francisco validou uma modificação na oração do pai nosso. Segundo o que diz o site uCatholic, a mudança foi promulgada pelo Vaticano em 22 de maio. O fato ocorreu durante a Assembleia Geral da Conferência Episcopal da Itália.
O trecho bíblico está presente no livro de Mateus, capítulo 6, versículo13, que diz: “não nos deixes cair em tentação”. Sendo assim, a frase foi substituída por “Não caiamos em tentação”.
Isso aconteceu pois, segundo o Papa, esta nova versão é bem melhor. A antiga tradução infere que Deus leva as pessoas à tentação, o que não estaria de acordo com as ações de um Deus Santo e Benevolente.
“Um pai não faz isso, um pai ajuda você a se levantar imediatamente. É Satanás quem nos leva à tentação, esse é o departamento dele”. Disse Francisco.
Apesar de a notícia ter surpreendido algumas pessoas, este questionamento não é ada recente. Há anos que cristãos vem relutando contra o trecho de modo a encontrar uma tradução que explicasse melhor o significado de “Não deixes”. Com isso, após aproximadamente 16 anos de estudos e análise teológicas, alguns especialistas afirmam que a tradução com significado mais real seria: “Não nos abandone quando formos tentados”.
Entretanto, há controversas sobre o assunto. Segundo o que diz o falecido teólogo Spurgeon, a palavra “tentação” possui dois significados. Pode ser interpretada como tentação que se refere ao pecado ou como uma tentação relacionada às provações e tribulações que passamos durante nosso percurso de vida. Sendo assim, a pesar do teólogo concordar que Deus não tenta a ninguém, ele explica que Deus nos envia “provações” em que a tentação pelo pecado se faz presente.
“Deus não tenta homem algum. Para Deus, tentar no sentido de atrair ao pecado é inconsistente com a Sua natureza, e totalmente contrário ao Seu conhecido caráter. Mas para Deus, nos conduzir para os conflitos com o mal que chamamos de tentações, não é apenas possível, mas é habitual”. Afirmou Spurgeon.
O Dr. Corne Bekker, da Escola de Divindade da Universidade de Regente, nos EUA, está de acordo com o teólogo. Para ele, segundo o que disse a CBN News, o verdadeiro segredo estaria em analisar qual seria o propósito para a tentação.
“Deus permite que sejamos tentados, e eu acho que duas coisas acontecem: nós nos conhecemos um pouco melhor e, é claro, aprendemos que não temos nenhum recurso contra o pecado. Mas o mais importante é que conhecemos o próprio Deus. Nós temos que lembrar a próxima frase na oração do Pai Nosso — ‘mas livra-nos do mal’. Ele é capaz de fazer isso”. argumentou.
A Igreja Católica vem utilizando a Vulgata (tradução bíblica em latim) para tentar interpretar o trecho da melhor forma.