Saiba a verdade! Qual é a cidade brasileira que tem mais evangélicos. Qual é a cidade brasileira que tem mais evangélicos. A cidade de Arroio do Padre, no Rio Grande do Sul, formada por 2.900 habitantes, tem uma população de 85,8% evangélicos, segundo o Censo realizado em 2010.Quem chega à cidade de Arroio do Padre, no Rio Grande do Sul, imagina que se trata de uma região liderada por católicos. No entanto, a realidade é bem diferente — esse é o município brasileiro com maior número de evangélicos.
Segundo o Censo realizado em 2010, 85,8% da população de 2.900 habitantes se declarou evangélica em Arroio do Padre, em paralelo a 7,7% de católicos, 4,7% sem religião e menos de 1% de espíritas e de testemunhas de Jeová.Mas os moradores da cidade gaúcha, localizada a 200 km de Porto Alegre, não são adeptos do crescente neo pentecostalismo brasileiro. Descendentes de imigrantes alemães, a população arroio-pradense professa a fé luterana, derivada da Reforma Protestante que foi desencadeada pelo ex-monge germânico Martinho Lutero.
Segundo o pastor Michael Kuff, de 32 anos, que há seis meses comanda uma Igreja Luterana vizinha à sua casa, um erro de muitas igrejas é usar a fé como “moeda de troca”, como se Deus fosse “obrigado a me abençoar”. “Hoje é um problema falar no banco que você é pastor. O gerente acha que você é ladrão”, disse ele à Folha de São Paulo.Por outro lado, o pastor luterano Aroldo Agner, de 46 anos, vê um ponto comum entre os diferentes segmentos evangélicos — o conceito de família descrito pela Bíblia.
“Se há [gay na cidade], não tenho conhecimento. Talvez em Pelotas tenha”, disse ele sobre o município vizinho do qual Arroio do Padre se emancipou em 1996.Os princípios religiosos dos moradores da cidade se refletem até mesmo nas escolhas políticas. Na eleição de 2006, Arroio deu a Lula sua menor votação proporcional no país (11,5% contra 81,5% do tucano Geraldo Alckmin).
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“Esta situação com a esquerda se complicou bastante. Em função da religiosidade aqui, complica [o apoio] a essa ala”, justifica o secretário de administração local, Loutar Prieb. “A ideia esquerdista não é muito bem-aceita pelos que são de origem [alemã]”, explica o pastor Agner.Enquanto maior parte da cidade faz parte de uma igreja evangélica, a maioria dos cristãos não enxergam problemas em práticas como o consumo de cerveja — algo que é encarado como tradição na cultura alemã.
“Somos uma comunidade que consome muita cerveja”, ressalta o prefeito do município, Leonir Baschi (DEM), com uma ressalva: “É muito difícil encontrar alguém bêbado, fazendo escândalo”.Mas nem todos concordam com práticas como essa. “Não basta ser cristão de fim de semana dentro de uma igreja e depois fora, ou na atividade pública, deixar isso de lado e se tornar contraditório entre o que se pretende ser e o que se pratica”, destaca Prieb. Talvez, alguns hábitos precisem passar por uma nova reforma.