O grupo extremistas islâmico, Boko Haram, expôs na internet um vídeo há pouco mais de uma semana, onde era visto o assassinato de dois missionários na Nigéria, de acordo com fontes.
Lawrence Duna Dacighir e Godfrey Ali Shikagham, ambos integrantes da Igreja de Cristo Nas Nações (COCIN) no estado de Plateau, podem ser vistos ajoelhos enquanto três membros do grupo extremista, todos mascarados e armados, estão logo atrás dos dois missionários. No vídeo, é possível ver os dois cristãos que foram a Maiduguri com a finalidade de ajudar a montar abrigos às pessoas deslocadas em função da violência do grupo extremista islâmisco, onde os mesmos são fuzilados pelas costas.
Segundo fontes do site Guiame, se comunicando por meio da língua hausa, o terrorista do meio declara no vídeo que fez a promessa de assassinar todos os cristãos que o grupo conseguisse capturar, em vingança pelos muçulmanos que foram mortos durante os conflitos religiosos passados ainda na Nigéria. Dacighir e Shikagham, que são originalmente do condado de Mangu, no estado de Plateau, foram pegos pelo grupo Boko Haram, que atualmente é chamado de Estado Islâmico na província da África Ocidental (ISWAP), enquanto faziam seu trabalho nas regiões onde haviam pessoas deslocadas.
As tensões étnicas e religiosas acarretaram em conflitos de grande intensidade envolvendo
muçulmanos e cristãos em Jos, nos anos de 2001 e 2008.
Não ficou evidente no vídeo, o qual foi publicado durante pouco tempo no YouTube, quando os dois missionários foram mortos. Eles eram tidos, em suas identidades, como Rev. John Pofi, pastor da COCIN, que também possui ligação familiar dos dois rapazes.
“Lawrence e Godfrey deixaram Abuja para Maiduguri em busca de oportunidades de utilizar suas habilidades para o bem da humanidade e acabaram pagando com suas vidas”, afirmou Pofi. “Nunca conseguiremos enterrar seus cadáveres. A comunidade terá que se contentar com um memorial improvisado para essas jovens vidas interrompidas de maneira tão horrível”.
“Se o governo federal tivesse se antecipado em criar oportunidades econômicas para aqueles que se juntaram a grupos extremistas e devolvido a segurança ao país, meus primos não estariam mortos agora”, continuou Pofi.
“Devemos nos perguntar se esse é o tipo de país que queremos, onde jovens que ganham uma vida honesta são brutalmente mortos, enquanto aqueles que sequestram e matam outros são convidados a dialogar com o governo”, afirmou ele.
A Nigéria se encontra em 12° posição na Lista de Vigilância Mundial da Portas Abertas (EUA) deste ano acerca dos países em que os cristãos mais são vítimas de perseguição religiosa.