Você conhece a “música do diabo”? Veja agora

Você conhece a “música do diabo”? Veja agora. O que é necessário para que se consiga agradar uma plateia? Segundo dados do Fatos Desconhecidos, de acordo com o cineasta Alfred Hitchcock, a fórmula para isso é “dar-lhes prazer. O mesmo prazer que eles têm quando acordam de um pesadelo”. Pode parecer algo que não lhe traz prazer algum, porém já percebeu o modo como acordamos após um pesadelo? Nada parece tão real quanto o que, nesse caso, acabou de acontecer. E o que é feito em seguida? Levanta da cama? Vai beber um copo d’água?

Por natureza, o ouvido humano tem se habituado com sons mais leves e simples. Por esse motivo, os músicos clássicos tinham a preocupação no tocante de não impactar tanto nas suas melodias. Apesar disso, existe uma combinação de três notas que se chama trítono e sua entoação é muito complexa. É o tipo de som que soa de maneira intrigante nos nossos ouvidos, nos pondo num estado de alerta involuntário. Tem uma harmonia contraditória e, por esse motivo, é muito colocado em filmes de suspense nos dias de hoje.

Cotnudo, os músicos que faziam uso dele durante a Idade Média eram acusados de estarem compondo músicas para o diabo. Já do outro lado, uma das obras-primas de Tartini faz uso exatamente do trítono. Ela se chama Sonata per Violino em sol menor – II Trillo del Diavolo, que, traduzida, quer dizer: Sonata para Violino em Sol Menor – O Trinado do Diabo. A música mostra rápidas alterações de ritmo, apresentando uma melodia muito assombrosa e também dramática.

A maior questão é que ela realmente foi composta para o diabo. Depois de ter um pesadelo com o senhor do submundo, ele sentiu ter sido inspirado. Naquele período, contou ao astrônomo francês Jérôme Lalande: “Uma noite sonhei que tinha feito um pacto com o diabo, o qual se dispôs a me obedecer em troca da minha alma. Meu novo servo antecipava meus desejos e os satisfazia. Tive a ideia de entregar-lhe meu violino para ver se ele sabia tocálo. Qual não foi meu espanto ao ouvir uma sonata tão bela e insuperável, executada com tanta arte”;

Ele ainda disse que se sentiu encantado. Foi nessa hora que sua respiração falhou e então ele acordou. Na mesma hora, ele se levantou da cama e rapidamente tentou refazer o som em seu violino, contudo, sem êxito.

É claro que o relato de Tartini nunca pôde ser comprovado. Apesar disso, há a crença de que a sonata tenha sido escrita enquanto estava recluso e que, na realidade, o “diabo” que o inspirou, é nada mais e nada menos do que o compositor Francesco Maria Veracini. Depois do violinista iniciar o abuso da sua excentricidade, as pessoas passaram a pensar que ele estava ficando maluco.