A mobilização da classe artística de alta visibilidade do país contra o governo do presidente Jair Bolsonaro e sua pauta conservadora fez com que a atriz Fernanda Montenegro realizasse uma provocação: “Nós, artistas, somos o instrumento do demônio”. A declaração de Fernanda Montenegro foi cedida ao Estadão Conteúdo.
Questionada a respeito do momento atual da política no Brasil, a atriz levantou criticas sobre a postura do governo brasileiro, que extinguiu o Ministério da Cultura, realizou ajustes na Agência Nacional do Cinema (Ancine) – órgão realocado no Ministério da Cidadania – e juntamente vem defendendo modificações na Lei Rouanet, que fornece permissão a empresas para abaterem impostos em troca de financiamento de projetos do setor artístico.
“Estamos nos transformando em um país conduzido por uma visão religiosa e quem não apoiar não terá nada. E a cultura tornou-se o primeiro item a ser revisto e, se possível, exterminada. A arte é demoníaca, e nós, artistas, somos o instrumento do demônio”, contou Fernanda Montenegro, expondo sua crítica sobre o corte de parte das verbas públicas direcionadas para projetos de artistas que pertencem a um grupo de “elite” do entretenimento nacional.
“Há tanta carência no país, no social, que perder tempo com imaginário criativo… Então, acho que nunca vivemos isso, não. Por que, agora, além de tudo, ainda há uma moralidade em cima de nós, e aí isso acaba em cima de quem? Do instrumento do demônio, que é o ator. Somos perigosos porque nós nos aceitamos diversos. Como entender isso do ponto de vista de uma religião, ou de uma seita, que tem lá seus princípios?”. Mencionou ela, demaneira ironizada.
Fernanda Montenegro fez declarações a TV Folha, elas ela falou sobre a implantação de prioridades na destinação de recursos públicos a demandas populares, sendo um compromisso que foi assumido pelo presidente em meio àcampanha efetuada no ano de 2018.