Austrália propõe lei de liberdade religiosa, após um jogador ser demitido por ser cristão.
Eu fui demitido por me manifestar cristão em minhas redes sociais, afirmou o jogador.
Meses após a demissão do jogador da União de Rugby, Israel Folau, por ter divulgado nas redes sociais que o inferno estava à espera de “bêbados, homossexuais, adúlteros, ateus, idólatras…”, Austrália propôs uma norma que teria o objetivo de proteger as pessoas que demonstram sua fé religiosa em outros locais sem ser o de trabalho.
Christian Porter, o procurador-geral, comunicou que a proposta proporcionará aos australianos a liberdade de explicitar suas crenças religiosas longe do local de trabalho, no entanto, sem causar prejuízos monetários ao empregador.
Porter contou que a norma é fundamental visto que as leis antidiscriminatórias do país não possuem clareza o suficiente.
“A Austrália tem uma forte estrutura antidiscriminação com proteções específicas para pessoas contra discriminação com base em idade, sexo, raça e deficiência”, relatou o procurador-geral durante um discurso realizado em Sydney.
“Este projeto de lei divulgado hoje amplia essas proteções para proteger as pessoas contra a discriminação com base em sua religião ou crença religiosa, ou na falta dela.”
A divulgação feita nas redes sociais de Folau e sua demissão imediata do Rugby Austrália fizeram com que fosse iniciado um debate em território nacional e de vez em quando acalorado com relação a liberdade de expressão e religião.
Folau entrou com um processo na justiça por causa de sua demissão indevida contra o Rugby Austrália e o clube Waratahs de Nova Gales do Sul no mês de junho. Seu processo só entrará em julgamento em fevereiro de 2020 caso não houver um trato previamente.
A lei relacionada a liberdade religiosa precisa ser inserida no ambiente parlamentar em outubro, informou Porter.
A legislação não apresenta se as escolas religiosas possuem liberdade para exercer a contratação e a demissão de funcionários de acordo com o estado civil, orientação sexual e outros fatores.
“A situação é vista como urgente por muitos e foi adiada”, expõe o diretor executivo da Freedom for Faith, Michael Kellahan.
“Teria sido bom ter alguma liderança nisso.”