Raquel, filha adotiva de um casal de classe média alta, fugiu de casa aos 17 anos em busca da independência e colocou esse fato como uns dos motivos para fugir de casa. Além de não receber afeição dos pais ela também alega que o irmão sempre a humilhou por não aceita-la como próxima herdeira.
Decidida a se prostituir, ficou famosa quando se tornou de fato garota de programa e criou um blog contanto como era sua vida se apresentando como Bruna Surfistinha. Esse relato virou filme.
Em declaração pública escrita a Eliane Trindade, da Folha de São Paulo, ela relatou como a umbanda preencheu o vazio que sentia. “Nunca tinha me identificado com uma religião”, diz. “A cada gira (sessão espírita), o médium acaba se conhecendo mais e valorizando mais a vida. Parei de reclamar dos meus problemas, de meus pais não me aceitarem.”Ela é filha de Ogum e nele incorpora a Pombagira, uma das entidades mais intercedida no terreiro.
Raquel afirma que chegou ao terreiro depois de ter sonhado em 2011 com sua mãe, que parecia lhe dizer algo, chorando.
Apesar de ter preconceito contra a religião, umas de suas amigas a levou à Casa de São Lázaro para tomar um passe e ela foi. Ao chegar lá, e tomar o passe, um exu mirim disse-lhe: “’Tia, aconteceu uma coisa que não posso contar. Você vai ter que procurar sua mãe e saber por ela.”Bruna afirma que na hora teve a certeza de que algo de ruim tinha acontecido com seu pai.
Na segunda-feira, após ficar em dúvida se devia entrar em contato com sua mãe, Bruna acabou ligando e contando sobre o sonho, expondo: “O guia me pediu para entrar em contato com a senhora. Eu quero saber”. Então Raquel soube que seu pai vinha a falecer, sendo enterrado no dia que ela teve o sonho com sua mãe. Ainda no telefonema, a mãe de Raquel disse que a procuraria. “Já faz cinco anos e nada por enquanto.”
Raquel ainda disse que seus pais nunca a perdoaram por ter se tornando garota de programa, porém a Ex-Bruna Surfistinha disse que hoje se sente fortalecida graças a umbanda.
“O terreiro é um dos poucos lugares que eu me sinto Raquel mesmo. Nas correntes, os médiuns nunca faltaram com respeito comigo. Nunca me trataram como Bruna. Sou Raquel desde o primeiro dia.”