arcebispo Walmor Oliveira de Azevedo, de Belo horizonte falou um pouco sobre os aspectos político-religioso em que esse encontra o brasil em uma entrevista a revista Veja. O líder religioso se tornou o 13º presidente da Conferência Nacional dos Bispos de Brasil.
Mesmo sendo reconhecido pelas pessoas como um bispo de centro-esquerda, o presidente a CNBB contou na entrevista que não possui um posicionamento definido quanto à política.
“Não sou de direita ou de esquerda nem de centro. Tampouco progressista ou conservador. A Igreja não pode se pautar em ideologias. Me autodefino como aquele que quer voltar às fontes do Evangelho. É dessa postura que vem o equilíbrio de que tanto precisamos nesses tempos de polarização. A polarização separa e isola”, argumentou.
Param o bispo, a CNBB não deve se concentrar em influências políticas, mas sim focar em se reaproximar do evangelho.
“A CNBB tem de se reaproximar do Evangelho. Voltar ao Evangelho é revestir-se de uma sabedoria que não vem de si mesmo, mas da sabedoria de Deus. Dessa forma passamos a compreender a vida de forma diferente: amando os inimigos, indo ao encontro daqueles que sofrem, sendo solidários, perdoando. Essa deve ser a essência da CNBB – não ser do partido A ou B. A CNBB não é um clube de amigos e tampouco uma ONG ou um partido. É a congregação de todos os bispos do Brasil com a força da Igreja. A força política da CNBB e da Igreja é ajudar a construir uma sociedade justa e fraterna. “
Ao ser questionado sobre a quantidade de católicos que se posicionou a favor do novo governo e da liberação do porte de armas, ele disse que: “A arma, não só para o católico, mas para todos os cristãos, deve ser o amor. O cristão tem de pegar naquilo que promove a vida. O nosso caminho é o da paz, da construção de uma sociedade pacífica. Mas os católicos são livres para fazer escolhas. Precisamos olhar o contexto complexo da sociedade brasileira. O contexto atual mostrou nossas dificuldades políticas. Uma escolha feita, há um desafio enorme para dar um passo à frente.”
O arcebispo falou ainda sobre suas expectativas para o encontro com Jair Bolsonaro.
“Vamos nos encontrar muito em breve. Quero ouvi-lo e poder compartilhar com ele a força do Evangelho. Não darei recados. O que desejo de coração aberto é me oferecer para o diálogo. Isso é importante para todos os lados, mesmo que haja diferenças entre eles. Ninguém é dono da verdade. A verdade é Jesus Cristo. O exercício da Presidência, de um cargo público, independentemente da escolha religiosa, tem que ser baseado sempre na abertura ao diálogo e na moralidade. O objetivo tem que ser o bem do povo brasileiro. “