O ministro Ricardo Lewandowski , nesta sexta(21), do Supremo Tribunal Federal, rejeitou pedidos de liberdade e de prisão domiciliar feito pela defesa de João de Deus. O médium está preso desde dezembro de 2018 após ter sido acusado de crimes sexuais durante atendimentos espirituais.
Os advogados afirmam que ele está preso há seis meses sem representar riscos ao processo. A defesa ainda lembra que ele é idoso e possui doença grave e pediu diversas medidas cautelares, como fiança e uso de tornozeleira eletrônica. Caso o pedido fosse recusado, os advogados queriam a prisão domiciliar.
“O paciente está preso há 6 (seis) meses, é pessoa idosa, com 77 anos de idade, portador de doença coronária e vascular grave e recentemente operado de um câncer agressivo no estômago, hipertenso, razão pela qual o tempo até o julgamento final do writ trará danos irreversíveis a ele”, escreveu a defesa.
Ao negar as solicitações, Lewandowski decidiu manter uma decisão do Superior Tribunal de Justiça, que determinou a volta de João de Deus do hospital em que estava para o presídio. O caso ainda será analisado pelo STF.O jornal “O Globo”,nos últimos dias relatos de dezenas de mulheres que se sentiram abusadas sexualmente pelo médium. Não se trata de questionar os métodos de cura de João de Deus ou a fé de milhares de pessoas que o procuram.
A força-tarefa que investiga as denúncias contra João de Deus começou o trabalho de investigação na segunda-feira (10), depois que o programa Conversa com Bial divulgou o relato de 10 mulheres que disseram ter sido abusadas sexualmente pelo médium.
O Ministério Público Estadual de Goiás (MPGO), que assim como a Polícia Civil, investiga a suspeita de crimes sexuais durante tratamentos feitos pelo religioso, havia contabilizado, até o fim da terça-feira (11), mais de 200 denúncias contra o médium.Para atender às mulheres que não moram em Goiás, o MPGO preparou uma sala de videoconferência.
Nela, ficam os cinco promotores de Goiás que participam da força tarefa, duas psicólogas e dois tradutores de
línguas estrangeiras.“Temos casos fora do Brasil, por isso, temos a necessidade de acompanhamento para ajudar a gente a esclarecer todas essas situações”, afirma o procurador-geral do órgão, Benedito Torres.