A igreja cristã no Brasil, movimenta R$ 21,5 bilhões

Diz polícia federal.

 

O Estado de Minas Gerais fez um levantamento e apurou que uma bolada de R$ 21,5 bilhões ingressou nos cofres das igrejas católicas e evangélicas, com base em levantamento recente divulgado com exclusividade pela Receita Federal. A arrecadação alcança quase R$ 60 milhões, em média, por dia.

O Estado destrincha  a economia que a crença alimenta no país, mostrando como instituições religiosas, favorecidas pela imunidade tributária, administram o constante volume de ofertas, dízimos e recursos de outras naturezas.

Os dados inéditos da Receita Federal indicam que, em relação a 2011, a arrecadação cresceu 4,3%. Cenários desfavoráveis ou mesmo graves crises econômicas não costumam atingir a receita das igrejas. As doações respondem por 72% do dinheiro em caixa. O restante equivale a rendimentos gerados com aluguel ou venda de bens, aplicações em renda fixa ou mesmo, em casos mais raros, operações em bolsa de valores.

“Não há uma relação de lucro nem de acumular, mas de investir naquilo que ela (a igreja) acredita, que é a fé” – Vigário Flávio Campos, da Igreja de São José, de Belo Horizonte.

A sobra dos recursos doados às instituições, na maioria das vezes, é destinada à poupança ou aplicada em Certificados de Depósito Bancário (CDBs), os dois modelos mais simples de fazer o dinheiro render. Estratégias ousadas, como a compra e venda de ações, em geral, são feitas em nome dos próprios líderes dessas instituições.

Livres da obrigação de pagar impostos, as atividades ligadas à religião utilizam o mercado financeiro como porto seguro para as finanças. Ainda que tenham estrutura, hierarquia e receita dignas de grandes corporações, as igrejas exorcizam o termo lucro e não encaram a gestão dos rendimentos com naturalidade.

“O lucro pode não ser a finalidade última, mas se toda instituição religiosa quer crescer de alguma forma, ela precisa ganhar mais do que gasta, e isso não deixa de ser lucro”, pondera o professor Eduardo Gusmão, do Núcleo de Estudos Avançados em Religião e Globalização da PUC de Goiás. Raríssimas igrejas prestam contas publicamente.

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