Pastor ex-presidiário que conhece o sistema carcerário se preocupa com a intenção do governo do Ceará sobre as facções
O pastor e ex-presidiário Guilherme de Pádua, que ficou preso durante 6 anos, tem mostrado uma grande preocupação quanto a intenção do governo do Ceará, após recentes ataques. O governador intenta colocar as facções, inimigas ou não, dentro da mesma convivência prisional.
Guilherme de Pádua que tem usado seu passado como testemunho, postou em sua conta do youtube, um vídeo falando sobre as facções nas cadeias brasileiras. Devido a ataques recentes no , ele conta como é o relacionamento dos presidiários nas cadeias.
Guilherme passou a conhecer os limites do sistema carcerário, pois foi condenado ficou 6 anos na prisão. Ao sair, ele se converteu evangélico na Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte – MG, e em 2017 se tornou pastor.
O pastor evangélico resolveu fazer o vídeo, devido os ataques recentes de facções na região do Nordeste, e por conta de muitas pessoas estarem opinando sobre “como devem funcionar os presídios”.
Após 19 anos que ele saiu da prisão, ele continua em contato com o sistema prisional. Guilherme comenta que os presidiários não mandam nas prisões. “Quem manda na cadeia, são as autoridades”, diz o pastor.
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“Eu sempre achei desde o período que eu entendi como funcionava, que o fato de separar os inimigos dentro das cadeias, era uma coisa evoluída. Uma sacada das autoridades brasileiras, como se eles tivessem dado um jeito de ter menos problemas”, diz Pádua.
Nas ruas, existe guerra entre eles. “Ou mata o amigo do outro, ou toma a área do outro”. Com isso existe muito ódio entre eles. Na prisão, “eles tem que ficar separados senão eles se matam mesmo… Não pode colocar junto”, comenta Guilherme.
O pastor dá um exemplo, para os seguidores perceberem o quanto é complicado a convivência dessas facções. “É uma questão de inteligência. Você tem dois filhos dentro de sua casa. Um deles vamos supor, tem um problema mental que ele é agressivo. Você vai deixar ele cuidando do outro? ou você vai proteger esse segundo filho? Mesmo os bandidos não sendo filhos de vocês eles são filhos de alguém”, diz o pastor.
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Guilherme continua falando que, o sofrimento da cadeia é pesado, toda hora eles são revistados, eles são afastados da família. Porém, se adicionar o medo que o indivíduo tem de uma facção e ter que entrar em uma se não o outro grupo mata, não melhora as coisas.
No final do vídeo ele fala, que ele entende que as pessoas que estão opinando na internet, estão fazendo com a melhor das intenções. Mas se o Brasil tem alguma coisa no sistema prisional que seja mais evoluído é por que as autoridades é quem está comandando as prisões. E finaliza dizendo que não se pode unir os presos que possuem brigas, se não causa problemas.