Em mãos para impulsionar Bolsonaro, um canhão digital nas principais redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram). O pastor silas Malafaia mantém ainda um canal no YouTube com mais de 30 milhões de visualizações e uma base de dados de telefones para disparar os vídeos via WhatsApp.
Foi por meio dessas ferramentas que ajudou a desconstruir candidaturas de esquerda em Cuiabá, Nova Friburgo, Belém e Sorocaba (SP). No Rio de Janeiro, o pastor atacou posições de Marcelo Freixo (PSOL) em cerca de 40 vídeos no segundo turno das últimas eleições municipais para beneficiar Marcelo Crivella (PRB). As falas para seu público são sempre bélicas. Malafaia já acusou candidatos psolistas de defender a “erotização de crianças” e de “envolvimento com os black blocs”.
¨Vou continuar jogando pesado nas redes sociais. O (Geraldo) Alckmin “deu mole” para a gente ao fazer sinalizações para o movimento gay. A Marina (Silva) também vai “apanhar” muito de mim. Em 2010, já tinha deixado de apoiá-la quando ela disse que faria um plebiscito sobre aborto, caso eleita¨, diz Malafaia, que no ano passado sinalizou que o prefeito de São Paulo, João Doria, seria o seu preferido para o Planalto. ¨ Ele só precisava ser menos almofadinha¨, disse Silas Malafaia a Doria.
Segundo o site do jornal o Globo, não é pequena a influência de Malafaia, que admite já ter feito investidas erradas em candidaturas vitoriosas à Presidência e ao governo do Rio, onde reside. Apesar da justificativa ideológica, há sempre muito pragmatismo nas escolhas do pastor. Malafaia apoiou o PT na eleição de Lula em 2002 e manteve-se neutro quatro anos depois.
Com o fim da era petista, buscou apoiar Marina, então no PV, em 2010, mas faltando duas semanas para a eleição descambou para a candidatura de José Serra (PSDB). Quatro anos depois, apoiou outro tucano, o hoje senador Aécio Neves. No Rio, deu suporte às campanhas de Sérgio Cabral, Eduardo Paes e Luiz Fernando Pezão.
Todos concorreram pelo PMDB. Paes, aliás, é um dos políticos que mais admira mesmo tendo desenvolvido várias políticas voltadas para o público LGBT em duas administrações. O pastor diz que se arrepende de ter apoiado Lula e Sérgio Cabral.
No encontro com Bolsonaro há duas semanas, Malafaia sugeriu que o deputado escolha uma vice mulher ao invés de Magno Malta.
¨ Magno não agrega. Esse apoio evangélico, Bolsonaro já terá sem um vice do segmento¨, afirmou o pastor, ciente da rejeição de Bolsonaro diante do público feminino.
Informações: o Globo