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¨ Um novo jeito de ser chamado de Cristão ¨

Na definição em inglês,, como também de origem, “gospel”, derivada do inglês antigo “God-spell” que significa good things, ou good news, em português, “boas novas,” aludindo ao Evangelho bíblico que nos narra as “boas novas ao mundo” — ou seja, a vinda de Cristo ao Mundo .

Se formos pensar em “Música Gospel”, ela abranger um campo da Música muito vasto, seus estilos, embora com nomes variados, possuem todos uma mesma essência e raiz — a música cristã negra nos Estados Unidos da América. Talvez um dos velhos estilos da música negra que realmente se aproximou do Gospel, foi o Negro Spirituals (em português, as canções harmoniosas dos “Espirituais dos Negros”).

Antes dos anos (90) a música que a juventude, as crianças e o círculo de oração cantava nos dias de culto eram chamados de hinos, apenas com uma variação: hinos da harpa cristã, ou hinos da cantores. Mas de modo geral eram todos hinos.

Não é necessário argumentar muito em relação ao comportamento dos cantores evangélicos, assim eram chamados. Basta que se olhem fotos em capas de discos. Quando olhado bem de perto em uma análise, pode parecer arcaico, na forma de se vestir, de pousar para a foto O semblante era mais brilhante, não digo de tratamento de photoshop, mas sim de um brilho interior que era refletido na imagem do cantor.

Neste anos de Glória da Igreja, a pessoa só dizia que era evangélica se realmente fosse fiel e temente a Deus, pois os crentes em sua forma de viver, era estranha para o mundo, para as pessoas que não eram evangélicas e até eram motivos de piadas. Não se esbaldava em maquiagens, brincos ou outros adereços para enfeites. Televisão, futebol, danças, enfim , uma gama de coisas que eram do ¨mundo¨, ficavam no mundo .

Os evangélicos que estivessem afastados da igreja, e entre uma coisa e outra que tomava do mundo para si, ainda transparecia o brilho, ficava escrito na testa dele que era crente. Quando alguém do mundo o via e o confundia em meio ao brilho, indagava – você é crente? – automaticamente o afastado dizia sou mais estou meio afastado, para justificar os atos cometidos que eram proibidos aos cristãos em comunhão .

Assim eram os cristãos. Se por um lado eram motivos de zombaria, por outro eram honrados. Dizer que era evangélico, era sinônimo de confiabilidade, pois os crentes tinham por princípio, não matar, roubar, mentir, trair e etc. Bastava dizer que era crente e a vaga de emprego era garantida. Se por um lado dizer que era evangélico era um picadeiro onde os evangélicos eram os palhaços do mundo, por outro, ser era cartão postal do quesito confiança.

No início dos anos (90), tudo começou a mudar de forma rápida e desorganizada. Um novo segmento de música, dentro da categoria evangélica começou a ser implantada, e todas as igrejas aderiram.

Um dos pioneiros a implantar a música gospel no Brasil, foi o AP. Estevan Hernandes, fundador da Igreja Renascer em Cristo. Tudo parecia muito legal. Os roqueiros que gostavam de rock mas não iam a igreja pois gostava de ouvir bandas de Rock, agora podiam ir, pois o Gospel permitiu esta miscigenação . Funk, Pop, Reggae, Axé, Sertanejo, Pagode, Rap… Não ficou ninguém de fora, entraram todos os tipos.

As igrejas que antes tinha púlpito, passaram a não ter mais. Um palco com amplo espaço , tomou o lugar do púlpito para que bandas e grupos pudessem se apresentar. É impossível negar que a s igrejas que foram abertas não ficaram cheias. Estão sim. Com este novo modelo de música ,de se fazer igrejas, de pregar o evangelho, as igrejas que abriram fora do regime de doutrina tradicional, encheram. O curtidor de Reggae, pôde frequentar e até se tornar membro , e continuar com seu cabelo trançado e duro. Quem não tinha, pôde fazer tatuagens como uma questão de estética. O roqueiro pôde continuar barbudo e cabeludo, ouvindo seus rocks diabólicos.

A vida continuou sendo agradável conforme cada um achava que era. Mas agora podiam dizer que eram Cristãos sem ser taxado de antiquado, ou servir de zombaria na roda de amigos. Sou Cristão, posso fazer tudo, ir na balada com os amigos pois a igreja promove balada gospel.

Certa feita , quando frequentava a Igreja Renascer em Cristo (92), um dia saí da escoa mais cedo e pensei –vou passar na igreja que ainda não terminou o culto. – quando cheguei tinha um grupo de pagode gospel tocando e os irmão grudados com suas esposas, namoradas, ficantes, todos fervendo no pagodão. Fiquei abismado com aquilo e não fui mais, embora meu primeiro batismo tenha sido lá.

Não precisa ser muito inteligente para entender que esta no Mundo Gospel deformou a Igreja de Cristo. Olha que coisa engraçada que corrobora o que estou falando.

Ouvi meio sem querer uma conversa entre duas mulheres onde reclamavam que não achavam mais roupas para evangélicos, que estava tudo indecente demais. Entretanto alguém além de mim, notou esta necessidade da mulher evangélica, e começou a fazer propaganda que em sua loja de coleção moda evangélica.

Tenho certeza que você também já viu alguma propaganda deste tipo. Mas em algum momento viu propaganda de moda gospel? Com certeza não! Pois aquilo que é gospel não tem diferença entre o mundo. E tudo a mesma coisa.

Num tempo não muito distante, mesmo não sendo Cristão era possível identificar quem era crente, pelo modo de andar , falar e se vestir. Hoje se você sentar e observar os transeuntes, não dá pra saber quem é quem. Inclusive vi postagens de pregadores famosos que dizia – tamo junto e misturado – ou seja, como distinguir um cristão de um não cristão se estão todos misturados.

Agora podemos entender com clareza o porquê da Bíblia dizer, que naquele dia vai ser separado os bodes das ovelhas.
Alguns mais entendidos no assunto dirão que a igreja passou por transformação, que a igreja evoluiu. Porem fica difícil entender por este ângulo. Se a igreja vive por conta do evangelho, e ele sendo a base de tudo , ele nunca evoluiu, nada se mudou dele, nenhuma vírgula. Então porque a igreja mudou se a base é a mesma?

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Paulo Sales Dias

Lucas Mendes é um destacado jornalista especializado no mundo gospel, com mais de uma década de experiência em cobrir eventos e notícias desse segmento. Com um profundo conhecimento da música e cultura gospel, Lucas se dedica a trazer as últimas novidades, entrevistas exclusivas e análises aprofundadas do cenário gospel nacional e internacional. Formado em Comunicação Social com foco em Jornalismo, ele possui uma paixão pela história e evolução da música gospel, contribuindo significativamente para a apreciação e compreensão deste gênero musical. Respeitado por sua integridade e abordagem imparcial, Lucas Mendes é uma referência no jornalismo gospel, sempre buscando destacar as diversas vozes e talentos deste vibrante e inspirador segmento.

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